Media Appearances, Stigmergy - C4SS Blog
Kevin Carson on Decline to State

C4SS Senior Fellow and Karl Hess Scholar in Social Theory Kevin Carson interviewed on the Decline to State podcast.

Kevin Carson, a well-known and well-respected mutualist talks to us about mutualism, his views on a free society, and more. We get to hear his views on economics, including his ideas on how to fuse the Labor Theory of Value with the Subjective Theory of Value, business structures, management, history, and technology.

Portuguese, Stateless Embassies
A Nova Academia

Muitos economistas acham que a próxima bolha a estourar em nossa atual crise será a dos empréstimos a estudantes. A dívida de empréstimos a estudantes encontra-se em alta histórica, e as taxas de empréstimos federais estão prestes a dobrar, de 3,4% para 6,8% – a despeito de pequeno esforço para fazer com que os juros dos empréstimos a estudantes acompanhem as taxas que o governo concede a grandes bancos. Essa dívida é enorme fardo para milhões de estudantes que não conseguem arranjar emprego em nossa economia atual. Esses empréstimos são um fardo para a classe média, para a classe trabalhadora e para estudantes de baixa renda que não têm dinheiro para o sempre crescente custo do estipêndio universitário. Esse fardo é incrivelmente agourento, como observa o sindicalista Noam Chomsky:

Estudantes que incorrem em grandes dívidas para pagarem a escola improvavelmente pensarão em mudar a sociedade. Quando você emaranha as pessoas num sistema de dívida, elas não conseguem o tempo necessário para pensar. Os aumentos das taxas de estipêndio são uma técnica disciplinar e, quando os estudantes se formam, não apenas estão onerados com a dívida como, também, internalizaram a cultura disciplinar. Isso os torna componentes eficientes da economia de consumo.

Instituições de educação superior são, em grande parte, lugares de privilégio que servem para manter pessoas em sua condição socieconômica desejada. Hoje em dia, a academia torna-se cada vez mais influenciada por interesses especiais. À medida que instituições como o Massachusetts Institute of Technology – MIT conduz pesquisa de guerra (mais notável durante a época do Vietnã) enquanto outras vendem terra administrada por curador a empresas de petróleo e gás, torna-se visível que interesses estatais e corporativos invadiram nossas universidades. Na medida em que o mundo desenvolvido rumou (subjetivamente) para o pós-industrialismo, “especialistas” estão sendo mantidos com crescente consideração, trabalhadores estão sendo substituídos pela tecnologia (embora haja grandes exceções) e muitas pessoas estão voltando aos bancos escolares para obterem graus avançados na esperança de encontrar lugar na economia dos dias de hoje. Essa tendência permitiu às Universidades tornarem-se líderes em inovação ao longo do século passado, levando a intelligentsia ao poder. Há motivo para preocupação com essa tendência crescente.

Especialização técnica correlaciona-se bem com aristocracia. À medida que a intelligentsia chega ao poder, esses “especialistas” podem tornar-se (amiúde o fazem) muito arrogantes e recusarem-se a admitir fracasso. A nova academia atua como qualquer outra hierarquia à medida que sua influência aumenta. Isso é incrivelmente problemático, na medida em que os intelectuais têm dever se analisar argumentos e estruturas de poder visto terem sido treinados, especificamente, para desempenharem essa tarefa. Profissionais acadêmicos vivem uma vida de lazer não concedida aos trabalhadores. Quando esses especialistas começam a trabalhar com o sistema (dependentes do estado para subvenção e de corporações e instituições financeiras para financiamento), essa dívida para com a sociedade pode facilmente ser esquecida.

Consequência da nova academia bem poderá ser privatização. À medida que interesses do estado e corporativos invadem o sistema público de educação, isso se torna possibilidade muito real. A privatização faz duas coisas, levanta dinheiro para o estado, e beneficia a camada superior da sociedade, permitindo que apenas aqueles com maior capital possam pagar altas taxas de estipêndio enquanto grande maioria do público só consiga atingir níveis mais baixos de treinamento educacional. Que melhor maneira de destruir livres mercados? Que melhor maneira de apresar a sociedade? O que hoje acontece em nossas universidades imita o consenso bipartidário neoliberal econômico – empurre o público para fora do caminho e use o poder do estado para promover aqueles que tenham monopólio do capital.

Numa sociedade livre, assentada em consenso e em transações de um mercado libertado, ocorreria o radicalmente oposto. À medida que a educação promovesse tanto o individual quanto o coletivo, a instrução superior se tornaria incrivelmente acessível – e isso seria bastante fácil de conseguir. Imagine só conter o estado de tempo de guerra; os triliões gastos só no Iraque cobririam o custo da educação superior por décadas. A própria educação, sua forma, seu propósito, também se modificariam radicalmente. O sistema se tornaria mais democrático por oposição a burocrático, os estudantes conseguiriam seguir seus interesses por oposição a interesses considerados desejáveis pelo estado. A educação se tornaria persecução vitalícia por oposição a uma instituição que só serve para preparar a sociedade para a força de trabalho. Na medida em que os seres humanos são inclinados para o trabalho e a serem criativos, num livre mercado a educação serviria para promover interesses individuais e coletivos.

A academia deveria ser instituição que funcionasse para o bem público. Deveria estar livre do poder centralizado. Deveria ser centro de intelectualismo. A academia deveria ser lugar que questionasse a sociedade e suas práticas. A educação deveria estar dedicada a análise crítica, por oposição a cooperação com, o estado, as grandes empresas e os interesses especiais. Não fazer essa análise é traição ao público. O abandono desses princípios reflete a degradação moral da nova academia – ela se assemelha a um abanono da busca de uma sociedade livre, enquanto junta-se às fileiras das instituições que desejam apresar a sociedade.

Há crescente consequência decorrente da atual situação dos empréstimos a estudantes. Como muitos destes estão agora onerados por essa enorme dívida – por apenas fazerem o que lhes foi dito fazer (ir para a universidade, obter bom emprego, consumir, atingir o sonho estadunidense)  – há também crescente número de pessoas que tem diplomas mais altos. Há crescente e nova classe intelectual – aqueles que não podem, não poderão, ou se recusarão a juntar-se à classe aristocrática que se beneficia diretamente da dívida deles. Embora muitas pessoas com grau universitário ainda provenham de planos de fundo de classe média (ou acima), na era dos socorros financeiros, crescentes lacunas de riqueza, disparidade de remuneração entre as divisões do trabalho etc., muitos desses formados têm uma escolha a fazer. Defender o statu quo, ou revoltarem-se e juntarem-se à luta do proletariado.

O proletariado está aumentando.

Artigo original afixado por Grant Mincy 29 de maio de 2013.

Traduzido do inglês por Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme.

Portuguese, Stateless Embassies
O quanto o governo dos Estados Unidos é maléfico?

The following article is translated into Portuguese from the English original, written by R.A. Childs, Jr.

O artigo a seguir foi originalmente publicado na edição de maio de 1971 de The Abolitionist, escrito por R.A. Childs, Jr.

Uma das muitas questões que separam os “libertários de esquerda” dos “libertários de direita” diz respeito a o quanto o Governo dos Estados Unidos é maléfico. A culpa cabe, parcialmente, a ambos os lados. Entre os libertários de esquerda, até hoje praticamente ninguém tomou tempo para detalhar com precisão o que quer dizer, do que está falando, e de que evidência dispõe. Entre os libertários de direita, praticamente ninguém conhece nada de história além dos poucos tomos recomendados por Foundation for Economic Education,YAF,  John Birch Society, e assim por diante. E nenhum libertário de esquerda, por sua vez, tomou tempo para pormenorizar sua argumentação.

Em artigo curto é impossível fazer toda a pormenorização e elaborar toda a argumentação para resolução do debate. O que quero porém fazer aqui é destacar exatamente acerca do que versa o debate, e sugerir a ambos os lados como resolvê-lo.

Os libertários de direita são, basicamente, patriotas por temperamento. Defendem que, apesar de todas as suas falhas, os Estados Unidos são “o país mais livre do mundo,” e que nosso governo é ainda o melhor; reagem com aversão e gritos de furor quando os libertários de esquerda sugerem que o Governo dos Estados Unidos é o mais perverso governo da face da terra. Isso o libertário de esquerda infelizmente faz amiúde, sem evidência ou explicação, e sem tentar apresentar calmamente seus argumentos.

Primeiramente, permitam-me fazer uma diferenciação: o governo, ou o Estado, como o chamarei, não é a mesma coisa que o país Estados Unidos, nem a mesma coisa que todas as pessoas que vivem sob ele, que o que elas fazem, seus lares, propriedades, empregos, valores ou o que seja. Os libertários de direita estão geralmente falando das “virtudes” desses últimos, enquanto qs libertários de esquerda estão realmente falando a respeito do Estado.

Portanto, fixemo-nos por um minuto no Estado, e em suas atividades internas ao país. É verdade ou não que os Estados Unidos são o país mais livre do mundo? Ora bem, a essa pergunta os libertários de direita respondem com vigoroso “sim!” Muito bem, de acordo com que padrão? E com quantos outros países é feita a comparação? Isso os libertários de direita nunca aprofundam, e esse é um dos motivos pelos quais objeto a eles; eles são amiúde superficiais e repetem as histórias e mitos acerca dos Estados Unidos sem terem “verificado suas premissas,” como dizem os randianos. Dividamos a violência interna ao país em dois aspectos: abrangência e intensidade. Abrangência é palavra paraquantas pessoas são afetadas, internamente ao país, pelas ações do Governo dos Estados Unidos.Intensidade é a medida em que o estado exerce violência ou ameaça fazê-lo ao controlar ações e confiscar propriedade. Ora bem, com respeito àabrangência o Governo dos Estados Unidos, internamente ao país, seguramente fica aquém tanto da URSS quanto da China, e portanto não é o pior governo sob esse aspecto. No tocante à intensidade, porém, a história é outra. O principal motivo do problema é em realidade não existir muito como mensurar a medida de violência e intimidação do Governo dos Estados Unidos. Certamente essa violência é mais sutil do que a de URSS, Alemanha Oriental, Tchecoslováquia, Espanha, e assim por diante. Embora a URSS seja mais ostensiva acerca de tentar controlar as opiniões das pessoas no domínio artístico, por exemplo, pode-se com segurança dizer que os Estados Unidos fazem a mesma coisa por meio de subsídios, licenças, e coisas que tais. Concedamos, porém, a esta altura, a afirmação dos libertários de direita de que os Estados Unidos são pelo menos marginalmente melhores do que alguns outros países, comunistas ou fascistas, no campo da política interna ao país.

E quanto à política externa? Visto ser nisso que realmente o libertário de esquerda se pega, isso é o que deve ser focado quanto consideramos a questão de o quanto o Governo dos Estados Unidos é maléfico. Quando, por exemplo, Colin Caxton ataca os libertários de esquerda em publicações tais como LIFE AND LIBERTY, por fazerem afirmações alegadamente absurdas de o Governo dos Estados Unidos ser o mais tirânico do mundo, notem que ele só foca a política interna ao país, o nível de impostos e as normas do Estado a respeito da propriedade etc. A política externa, porém, é certamente preocupação tão grande quanto a política doméstica – a menos que não estejamos dispostos a conceder que a ética e a filosofia social libertária se apliquem universalmente, e que os estrangeiros, tanto quanto os estadunidenses, têm o direito de não ser agredidos e, se agredidos, têm o direito inalienável de se defender.

A questão toda dos libertários de esquerda é que, tanto em abrangência quanto em intensidade, as ações do Governo dos Estados Unidos em países estrangeiros excedem, em violência, as de qualquer outro governo. Como é tal afirmação substanciada? Predominantemente por maciça leitura de história. Conclusões que resultam incluem: O fato de que, desde a Guerra Hispano-Americana, o Governo dos Estados Unidos vem perseguindo uma política de expansionismo no estrangeiro, que é a lógica e facilmente compreensível extensão da política anterior de “destino manifesto” sob a qual o Governo dos Estados Unidos estendeu suas fronteiras de apenas umas poucas centenas de milhas a oeste da costa leste dos Estados Unidos para até o Oceano Pacífico. Os motivos dessa política são muitos, mas incluem como traço predominante o fato de homens de negócios estadunidenses influentes terem aceito a ideia de que, sem tal expansão, os Estados Unidos estariam condenados a sofrer depressões e crises industriais sempre crescentes. Depois da Guerra Civil, em meio ao governo durante e depois da Guerra, os homens de negócios buscaram maneira de usar o governo para estabilizar a economia e garantir-lhes mercados sempre em expansão para sua crescente produção. Internamente ao país, voltaram-se para regulamentação da economia pelo governo em benefício deles, sob as leis antitruste e outras, tais como a da criação do Sistema da Reserva Federal.

Em política externa, os grandes homens de negócios voltaram-se para o uso da instituição militar dos Estados Unidos e seus canais diplomáticos para garantir mercados sempre em expansão para seus bens. Isso resultou na guerra Hispano-Americana, em confrontos com Japão e China, e coisas da espécie. Levou, finalmente, à entrada dos Estados Unidos na Primeira e na Segunda Guerra Mundial, e é importante motivo para o início da Guerra Fria.

A asseveração dos libertários de esquerda é que o Governo dos Estados Unidos é quase unicamente responsável por iniciar e manter a Guerra Fria, e por oprimir movimentos revolucionários em todo o mundo. Para substanciar essa tese, recomendo o seguinte: The Free World Collossus, por David Horowitz (2a. edição, brochura), The Cold War and Its Origins, por D.F. Fleming (2 vol.). The Roots of American Foreign Policypor Gabriel Kolko (brochura), The Politics of War por Gabriel Kolko, The Hidden History of the Korean War por I.F. Stone, e The Futile Crusade por Sidney Lens. Essas obras todas cobrem diferentes aspectos da história e da natureza da política externa dos Estados Unidos desde a virada do século, concentrando-se na Guerra Fria desde 1945.

Esses livros asseveram que os movimentos revolucionários que têm varrido o mundo desde a virada do século não são de inspiração comunista, e sim continuação dos movimentos revolucionários libertários anteriores dos séculos 17, 18 e 19. Esses movimentos tinham por objetivo a extinção do feudalismo e da antiga ordem de casta e privilégio. É essa asseveração que os libertários de direita terão de enfrentar e refutar, isto é, se eles desejarem defender que este é o melhor governo do mundo.

Referidos autores implicam que o motivo pelo qual os comunistas se tornaram ideólogos predominantes no apoio a essas revoluções (completamente consistentes com o libertarismo, obviamente) é o fato de os liberais clássicos mais antigos, adotando pragmatismo, evolucionismo e utilitarismo complacentes, terem aberto mão de sua posição como líderes das grandes revoluções capitalistas para adular os establishments estadunidense e britânico. Depois que esses líderes se foram (poucas exceções foram William Lloyd Garrison, o anarquista libertário dos direitos naturais e líder do movimento abolicionista, e Edward Atkinson, da Liga Anti-imperialista, homem de negócios partidário do laissez-faire na virada do século), aqueles que ainda viam a necessidade de revoluções em América Latina, Europa, África e Ásia, não sendo particularmente bons teóricos, pegaram o que puderam encontrar. O que encontraram foi o marxismo – pelo menos em parte. Suas ações têm sido ainda uma continuação das revoluções e movimentos libertários anteriores.

E quanto ao imperialismo dos Estados Unidos? Muitos dos libertários de direita cometem o equívoco de pensar que o imperialismo é e sempre terá de ser da variedade colonial, mas não é assim. O imperialismo, hoje, consiste em uma inter-relação entre o Governo dos Estados Unidos, algumas corporações principais dos Estados Unidos de tendência liberal-estatista, e governos estrangeiros ou classes dominantes (como no Vietnã do Sul), que resulta nas classes dominantes no poder, em troca de concessões intervencionistas-políticas-econômicas. Para fazer isso, fator importante do Governo dos Estados Unidos e seus panfletários liberais têm sido os arquitetos da Guerra Fria, e grandes corporações também têm tido papel muito importante. E é dessa gente que recebemos os mitos da guerra fria, como Murray Rothbard os chamou: Que esses movimentos revolucionários que precisam sempre ser “jogados para baixo“, são de alguma forma “de inspiração comunista“.

Afirmam ademais os libertários de esquerda que a guerra tem sido a fonte original de grande parte do estatismo estadunidense interno ao país desde o início do estado estadunidense, e que é por meio do veículo do envolvimento nos assuntos internos de países estrangeiros que os Estados Unidos têm promovido e mantido o estatismo em nível alto em todo o mundo, afetando assim muito mais pessoas do que qualqueroutro estado.

Isto posto, afirmam eles, como também eu afirmo, é hora de os libertários de direita reexaminarem o curso e a natureza da história estadunidense e do estatismo estadunidense. E, havendo-o feito, é responsabilidade dos libertários de novo empunharem a flâmula do verdadeiro radicalismo, dos movimentos contra o alistamento militar, contra o militarismo, contra o imperialismo e contra o feudalismo dos últimos séculos que só tardiamente vieram a ficar sob o domínio da esquerda socialista.

Foi meu propósito aqui esclarecer a questão, e mostrar acerca do que cada lado deveria estar falando, e por quê. O que precisamos tanto da esquerda quanto da direita neste momento é conhecimento de alto nível intensivo e de base ampla focando os reais responsáveis pela ascensão do estatismo estadunidense, e o funcionamento interno do sistema estadunidense. E não há melhor lugar para começar do que com a Guerra Fria. Sem conhecimento de alto nível a respeito, nem esquerda nem direita conseguirá fazer prevalecer sua argumentação, ou persuadir a outra parte.

Artigo original afixado por R.A. Childs, Jr de maio de 1971.

Traduzido do inglês por Murilo Otávio Rodrigues Paes Leme.

Spanish, Stateless Embassies
La Contribución de Ayn Rand a la Causa de la Libertad

The following article is translated into Spanish from the English original, written by Roderick T. Long at the Ludwig von Mises Institute.

Nacida Alisa Rosenbaum en San Petesburgo, Rusia, el 2 de febrero de 1905, Rand llegaría a ser una de las principales voces del siglo XX a favor de la libertad humana.

Después de vivir la Revolución Rusa y el caos económico y la represión política que trajo (acontecimientos que luego reflejaría en Los que Vivimos) Rand huyó de la Unión Soviética a Estados Unidos en 1926 para empezar su carrera como guionista, dramaturga y novelista. Dividiendo su tiempo entre Hollywood y Nueva York, la fieramente anticomunista Rand empezó a desarrollar una filosofía de un individualismo ético y filosófico y a conocer a líderes de la libertaria “vieja derecha” como John Flynn, Henry Hazlitt, Rose Wilder Lane, H.L. Mencken, Isabel Paterson, Leonard Read y un compañero refugiado del totalitarismo europeo, el economista austríaco Ludwig von Mises.

El éxito popular de Rand vino con El Manantial (1943) y La Rebelión de Atlas (1957), dos novelas filosóficas épicas siguiendo el modelo de Dostoievsky que rápidamente le hicieron uno de los autores más polémicos del siglo. La entusiasta audiencia que trajeron estas obras le permitieron construir un movimiento político-filosófico basado en el sistema de pensamiento que ella llamó “objetivismo”, y la atención de Rand desde entonces se dedicó consecuentemente a la no ficción: dedicaría el resto de su carrera a editar una serie de periódicos objetivistas y a escribir ensayos filosóficos, comentarios políticos y crítica cultural.

Rand siempre resaltó la importancia de poner los argumentos políticos en un contexto filosófico más amplio, insistiendo que ella no era “ante todo una defensora del capitalismo, sino del egoísmo” ni “ante todo una defensora del egoísmo, sino de la razón”.

La influencia de Rand en el movimiento libertario es incalculable: a pesar de su propia frecuente antipatía hacia ese movimiento e incluso hacia la palabra “libertario”, Rand desempeñó un papel esencial en ayudar tanto a crear nuevos defensores del laissez faire como a radicalizar a los existentes. Rand animaba a los libertarios a ver su punto de vista como una alternativa al conservadurismo y no una rama de éste y a basar la defensa de la libertad en un principio moral y no sólo en beneficios económicos pragmáticos. La influencia de Rand en la cultura popular es igualmente enorme: una encuesta de “libros más influyentes” de la Biblioteca del Congreso de Estados Unidos frecuentemente citada, ponía a La rebelión de Atlas en segundo lugar sólo detrás de la Biblia.

Rand debía mucho de su éxito a lo poderoso y directo de su estilo de escritura. Era una maestra en lo que uno de mis colegas llama la reductio ad claritatem, la “reducción a la claridad” (es decir, el método de refutar una postura escribiéndola claramente), como cuando escribe que “si algunos hombres tienen derecho a los productos del trabajo de otros, esto significa que a estos otros se les ha privado de derechos y condenado a un trabajo esclavo”, o cuando resume la opinión de que la percepción humana no es fiable por la naturaleza limitada de nuestros órganos sensoriales como “el hombre es ciego porque tiene ojos, sordo porque tiene oídos”.

Tras la publicación de La rebelión de Atlas, Mises escribió a Rand alabando tanto su “magistral construcción de la trama” como su “convincente análisis de los males que afligen nuestra sociedad”; en otro contexto le llamó “la persona más valiente de América”. Rand a su vez promocionó con entusiasmo las obras de Mises en sus periódicos y declaró que su currículum ideal sería “Aristóteles en filosofía, von Mises en economía, Montessori en educación, Hugo en literatura”. La biógrafa de Rand, Barbara Branden señalaba que

desde finales de los cincuenta y durante más de diez años, Ayn empezó una decidida campaña para que se leyera y apreciara la obra [de Mises]: publicó críticas, le citó en artículos y en discursos públicos [y] le recomendó a admiradores de su filosofía. Algunos economistas han dicho que fue en buena parte gracias a los esfuerzos de Ayn el hecho de que la obra de von Mises empezara a llegar a su audiencia potencial. (The Passion of Ayn Rand, p. 188.).

Una breve relación intelectual con el alumno de Mises Murray Rothbard tuvo menos éxito, empezando con un aprecio mutuo, pero disolviéndose en diferencias ideológicas y personales, aunque Rand y Rothbard compartieran sin embargo el honor de ser expulsados de la derecha “respetable” por un establishment conservador de mentalidad estatista. (El próximo número de primavera de 2005 del Journal of Ayn Rand Studies está dedicado a explorar las conexiones entre Rand y la Escuela Austríaca e incluye contribuciones de una serie de austríacos contemporáneos).

Como Rand calificó a las grandes empresas de “minoría perseguida” y rechazaba el complejo militar-industrial como “un mito o algo peor”, a menudo se la considera como una ingenua apologista de la élite corporativista, pero ella también condenó el “tipo de empresario que busca ventajas especiales mediante la acción del gobierno” como “los verdaderos beneficiados de la guerra de todas las economías mixtas”, y es fácil olvidar que la mayoría de los personajes empresarios en las novelas de Rand eran villanos estatistas.

Como nos recuerda Chris Sciabarra, Rand también entendió la relación simbiótica entre el militarismo en el exterior y las políticas neo-fascistas en el interior: en una era en que muchos de sus seguidores eran entusiastas defensores de la intervención militar estadounidense en el extranjero, merece la pena recordar que la propia Rand se opuso a la intervención de Estados Unidos en la Primera Guerra Mundial, la Segunda Guerra Mundial, Corea y Vietnam.

Tal vez el aspecto más controvertido de la filosofía de Rand (su rechazo del altruismo y su adopción del egoísmo ético) sea también uno de los peor entendidos. A pesar de su a veces equívoca retórica acerca de “la virtud del egoísmo”, su egoísmo no era defender la búsqueda de los propios intereses a costa de otros, sino más bien rechazar todo el modelo conflictivo de intereses de acuerdo con el cual “la felicidad de un hombre requiere el daño de otro”, a favor de una concepción más antigua y aristotélica del interés propio como excelente funcionamiento humano.

Fue a partir de esos fundamentos aristotélicos como rechazó no sólo la subordinación de los intereses propios a los de otros (y es a esto, más que a la mera benevolencia, a lo que calificaba de “altruismo”) sino asimismo la subordinación de los intereses de otros al propio (a lo que calificaba como “egoísmo sin ego”). Para Rand, el reconocimiento aristotélico de los intereses humanos bien entendidos como racionalmente armoniosos, era la base esencial para una sociedad libre.

Las discusiones sobre Ayn rand a partir de su muerte en 1982 se han centrado habitualmente en su tono dogmático y sus excentricidades personales, rasgos a veces imitados por sus seguidores y satirizados convincentemente por Rothbard en su obra en un acto Mozart Was a Red. Pero como argumenta David Kelley en su libro The Contested Legacy of Ayn Rand, la contribución intelectual de Ayn Rand, más que ninguna, puede y debe separarse de los caprichos de su personalidad.

En una era en que el libertarismo y el aristotelismo eran suficientemente denigrados como anticuados por separado, Rand tuvo la audacia de defender su fusión sistemática e identificó las raíces del liberalismo ilustrado en la recuperación tomística de Aristóteles en una época en la que esta conexión estaba mucho menos reconocida que hoy en día. (Aunque los seguidores de Rand la han proclamados a veces intempestivamente como la mayor filósofa de todos los tiempos, Rand siempre insistió firmemente en que Aristóteles fue el más grande y Santo Tomás de Aquino el segundo, a pesar de su conocido ateísmo). El que sus versiones concretas del libertarismo y aristotelismo y los términos concretos en que intentó unirlos fueran en definitiva los más defendibles filosóficamente, tal vez sea menos importante que el ejemplo que dio al intentarlo.

En las décadas posteriores a que Rand empezara a construir su sistema filosófico disidente, la ortodoxia filosófica se ha movido en la dirección de Rand. Es mucho más probable hoy que en la década de 1960 que los filósofos profesionales estén de acuerdo con Rand acerca de la franqueza de la precepción sensorial, la relación entre significado y referencia, la incompatibilidad del utilitarismo con los derechos individuales o las perspectivas éticas neo-aristotélicas (o incluso en general una aproximación filosófica neo-aristotélica), y muchas de las dicotomías que ella rechazó (entre empirismo y racionalismo, afirmaciones analíticas y sintéticas, dualismo y materialismo, nominalismo y realismo conceptual, hecho y valor, liberalismo y ética de la virtud) han caído cada vez en un mayor descrédito.

Esta evolución es en buena medida independiente de la propia influencia de Rand (y paradójicamente, deriva en parte del reciente resurgimiento del némesis filosófico de Rand, Immanuel Kant, quien a pesar de las apasionadas denuncias de Rand, es realmente su aliado en la mayor parte de estos temas), pero no del todo, ya que puedo atestiguar, por dos décadas de experiencia en la profesión, que la cantidad de filosóficos académicos que admiten en privado haberse visto influidos decisivamente por Rand es mucho mayor del que pueden encontrarse citándola en sus escritos.

Sin embargo, es un error pensar que la validación del legado de Rand dependa de la aprobación académica. El progreso humano a menudo lo dirige gente fuera o en los márgenes del establishment académico, como por ejemplo los philosophes del siglo XVIII o el renacimiento austríaco del XX. Independientemente de si la academia reconoce o entiende sus logros, la inspiradora visión de la grandeza de la razón y la libertad humanas de Rand ha dejado su huella en el pensamiento moderno.

Aún así, si a alguien le interesa, el reconocimiento investigador de la obra de Rand está actualmente en su momento histórico más alto. Los días en que prácticamente toda discusión sobre Rand era o bien servilmente aduladora o despectivamente de rechazo parecen haber pasado, y el nuevo siglo probablemente asista a una evaluación justa del lugar de Rand en la historia de la filosofía y la causa de la libertad.

Artículo original publicado por Roderick T. Long en el Instituto Ludwig von Mises el 2 de febrero de 2005.

Traducido del inglés por Mariano Bas Uribe, ligeramente editado por Carlos Clemente.

Dutch
Definities en onderscheid

VRIJE MARKT: De inrichting van de samenleving waarin alle economische transacties voortvloeien uit vrijwillige keuze, zonder dwang.

DE STAAT: De instelling die de Vrije Markt belemmerd via de directe uitoefening ban dwang of het toekennen van privileges (gesteund door dwang).

BELASTING: Een vorm van dwang en belemmering van de Vrije Markt waarin de staat tribuut verzamelt (de belastingen), waardoor het strijdkrachten kan huren om dwang uit te oefenen en privileges te verdedigen, en ook om deel te nemen aan oorlogen, experimenten, ‘hervormingen”, enzovoort. De staat doet dit niet op eigen kosten maar ten kosten van haar burgers.

PRIVILEGE: Van het Latijnse privi, privé, en lege, wet. Een voordeel toegekend door de staat en beschermd doormiddel van dwang. Een wet voor persoonlijke bevoorrechting.

WOEKER: Een vorm van privilege die de Vrije Markt belemmert waarin een groep, gesteund door de overheid, het muntstelsel monopoliseert en daardoor tribuut (in de vorm van rente), direct of indirect, uit alle economische transacties weet te halen.

GROOTGRONDBEZIT: Die vorm van privilege of belemmering van de Vrije markt waarin een groep, gesteund door de overheid, eigenaar wordt van grote stukken land en daardoor tribuut (huur) kan afdwingen van degenen die op het land wonen, werken of produceren.

DOUANERECHTEN: Een vorm van privilege of belemmering van de Vrije Markt waardoor goederen die buiten de Staat geproduceerd worden niet vrij zijn om op gelijke voet te concurreren met goederen die binnen de staat geproduceerd zijn.

KAPITALISME: De inrichting van de samenleving waarin belasting, woekeraars, grootgrondbezit en douanerechten de dienst uit maken. Deze toestand belemmert de Vrije Markt terwijl het juist de Vrije Markt probeert te illustreren.

CONSERVATISME: De school van de kapitalistische filosofie die trouw beweert aan de Vrije Markt terwijl het in feite woekering, grootgrondbezit, douanerechten en soms belasting ondersteunt.

LIBERALISME: De school van de kapitalistische filosofie die probeert de onrechtvaardigheden van het kapitalisme te corrigeren door nieuwe wetten toe te voegen aan bestaande wetten. Elke keer dat conservatieven een nieuw privilege toekenennen maken de liberalen een wet om dit voorrecht te wijzigen, waarna conservatieven een meer subtielere wet maken die het privilege in stand houdt, etc., tot dat “alles dat niet verboden is verplicht word” en “alles dat niet verplicht word verboden is”.

(STAATS) SOCIALISME: De poging tot afschaffing van alle privileges door de volledige macht te geven aan de vertegenwoordig van alle privileges, de Staat, waardoor de kapitalistische oligarchie omgezet word in een etatistische monopolie.

ANARCHISME: Die inrichting van de samenleving waarin de vrije markt vrij functioneert zonder belasting, woeker, grootgrondbezit, douanerechten of andere vormen van dwang of voorrecht. “Rechts-“ anarchisten voorspellen dat in de Vrije Markt mensen vrijwillig zullen kiezen om vaker te concurreren dan om samen te werken; “links-“ anarchisten voorspellen dat in de Vrije Markt mensen vaker vrijwillig zullen kiezen voor samenwerking dan concurrentie.

Robert Shea en Robert Anton WilsonThe Illuminatus! Trilogy (New York: Dell, 1975) pp. 622-23

Vertalingen voor dit artikel:

 

Commentary
We Need Freedom of Speech in our Financial Commerce

Financial commerce, the exchange of money and currency, is indistinguishable from speech. Therefore, it deserves the exact same respect and “freedom of speech” protections afforded to the utterances of the street-corner preacher, the independent journalist, the newspaper publisher, the internet blogger and so on. Financial commerce is speech, and should be free.

Despite all of the “freedom of speech” and “free speech” talk we hear, speech today is anything but free. This ranges from what you can and can’t say in public or in print or on television, to “free speech protest zones”, to speech codes on university campuses and all the way up to the towering insanity of “illegal numbers“.

Today I see the tyrant’s sword unsheathed and poised at the throats of everyone, everywhere who dares to do anything contrary to the increasingly oppressive financial status quo. Bitcoin exchanges are being forced out of business, and criminal charges are likely coming. The United States’ FinCEN is writing law — administratively! — restricting innovative, resilient, peer-to-peer virtual currencies — globally! Somebody telephoned someone at MasterCard, and the next day WikiLeaks could no longer take credit card donations. e-gold was crushed out of existence, along with the Liberty Dollar. The SWIFT payments network was strong-armed into a financial blockade of Iran. And, quite recently, the Liberty Reserve payments system was put out of business and the founders arrested on the criminal charge of money laundering, a “financial thoughtcrime” if there ever was one.

Almost everywhere, the laws and regulations governing financial businesses are so voluminous and so burdensome that only the already super-rich can hope to compete legally in the so-called “free market”. Americans with less than a million dollars’ net worth (not including primary residence) are effectively banned from investing in anything other than “safe” US dollar-denominated securities. Financial privacy has almost completely disappeared, except for the very wealthiest. Cash transactions larger than $10,000€5,000€2,500€1,500,€1,000 and now even €500 are being or have been outlawed in some places. And on and on.

The suppression of financial speech is being used as a weapon of war against the people of this planet just as surely as drone strikes, pervasive surveillance and land mines are and have been.

The time has come to begin separating money and currency from state, irrevocably and irretrievably. Free people and a free world deserve currencies that they control directly.

It seems we are far from perfecting and embodying the free speech ideal. Are we going to continue working to improve ourselves and our societies toward that ideal, or shall we just abandon it altogether to avoid complete hypocrisy?

What do you think? Is financial commerce speech? If so, how? If not, why not?

[This day, 30 May 2013, in Bratislava, Slovakia, I, Michael Jude Gogulski, do hereby dedicate this text to the public domain, to the explicit and unlimited detriment of all legal rights (authorial, moral, economic and otherwise) arising or adhering to myself, my successors and my heirs, globally and without limitation, in perpetuity. I pledge that I shall never pursue violence, legal or otherwise, against anyone using this text or any part of it in any way they see fit. I encourage and welcome redistribution of this text in any form or fashion and at any time.]

Anarchy and Democracy
Fighting Fascism
Markets Not Capitalism
The Anatomy of Escape
Organization Theory