Por Kevin Carson. Artigo original: Where Are We at Now? 14 de setembro de 2025. Tradução portuguêsa por p1x0.
Saludos amigues, soy p1x0, Tradutor & anarquiste de vila, interessado na superação do Estado das coisas como estão. Considere apoiar meu trabalho Clicando Aqui.
Minha Avaliação
Quando escrevi meu artigo original após a eleição de Trump e antes dele assumir o cargo,de algum modo subestimei quão rápido e extenso seriam suas tomadas de poder. Subestimei grosseiramente quão incompetente ele seria nesse quesito. O que Trump planeja é nitidamente a consolidação de poder aos moldes da Hungia de Victor Oban, mas ele está fazendo tudo na ordem errada, da forma mais incompetente possível.
De fato, a velocidade na qual ele se moveu, se espalhando em tantas frentes diferentes, é uma indicação da sua incompetência.
Um pretendente a homem fore buscando consolidar e estabelecer um regime híbrido — se ele for competente — não vai sacrificara a economia e o sustento da maioria da população. Ele não vai fazer nada que reduza seus índices de aprovação para mais que trinta por cento — uma baixa recorde para os presidentes nos primeiros sete mezes de exercício. Donald Trump não é competente.
Um número considerável de doomers respondem a essas observações com “pesquisas não importam quando você pode decretar lei marcial!”. Mas você não tenta uma tomada total de poder através da força militar com apenas 38% dos índices de aprovação, a menos que você queira um cenário como o Euromaidan ou Ceaucescu.
E se você está planejando usar os militares para consolidar poder, você com certeza não começa alienando sistematicamente a maioria do contingente das tropas com tarefas que elas consideram constrangedoras como sua mobilização em Los Angeles e a parada de aniversário de Trump — e especialmente não tentando expurgos desastrados que insultam as sensibilidades profissionais de seus oficiais de carreira. Trump ou Hegseth substituíram oficias de carreira competentes nas Forças Armadas, e o Diretor da CIA, por fraudes políticas — em alguns casos por indicação de Laura Loomer. O próprio Hegseth, um alcoolatra e completo pateta com quem Trump tem uma relação parasocial por conta do seu programa na Fox News. Sua agenda consiste basicamente de expurgar o exército de oficiais “woke”, e substituir competência técnica com um “ethos de guerreiro” — uma versão requentada de Comuna vs Expert, mas substituindo o Pequeno Livro Vermelho de Mao por várias sessões do filme 300.
Confesso não estar nada surpreso por Hegseth ainda não ter tentado um expurgo dos oficiais de média patente, nem feito qualquer esforço para garantir a lealdade deles. Como observou Kathryn Brightbill:
Sim, eles estão se movendo tão rápido que ainda nem deram os passos que pessoas como Erdogan tomaram para controlar os militares, então nós temos uma grande número de líderes militares de carreira que com certeza absoluta não serão coniventes com decretos de leis marciais.
Basicamente, se você vai usar os militares para reprimir descontentamento civil,você precisa primeiro substituir toda a estrutura de lideranças com seus seguidores fiéis, o que é evidente que eles não fizeram.
Talvez seja por suas atitudes políticas serem opacas de mais para serem avaliadas; talvez seja por ele não ter ninguém de dentro que possa de forma confiável avaliar a lealdade de tantas pessoas, ou por ele ter demitido tantas pessoas competentes que não sobrou ninguém capaz de processar tanta informação com precisão suficiente.
De todo modo, mesmo que todos os militares fossem totalmente confiáveis e estivessem dispostos a participar de uma tomada inconstitucional do poder, minha análise pós-eleição inicial — de que o governo federal não tem as capacidades necessárias para lei marcial numa escala nacional, ou mesmo em mais do que um punhado de cidades de uma só vez — permanece válido.
Independente de coisas como lei marcial, Greg Doucette é um dos melhores antídotos para cenários pessimistas (muito da análise abaixo é baseada nestas três threads). A consideração fundamental é de que simplesmente “não há pessoal o suficiente para lei marcial”. A autoridade governamental se encontra, em suma, no fato de que “a maioria das pessoas voluntariamente segue a maiorias das leis na maior parte do tempo”. Ou de forma mais colorida: “A habilidade do Governo de governar está quase totalmente em uma combinação de sistema de honra e apatia”. Se esse status muda para uma percentagem significativa, “as coisas rapidamente ficam sobrecarregadas.”
Mesmo no caso da mobilização dos militares contra uma das maiores cidades, Los Angeles, Doucette diz:
LA tem algo como mais de 40M de pessoas. Mandar cada funcionário do ICE é ~20k, LAPD é 9K, LASD é 10k. Jogar contra 100:1 – deixando zero corpos para literalmente mais nada – é absurdo.
“Mas nem todos os 4M estão protestanto!” você diz.
Bem, sim mas, o Governo não tem 40K oficiais ao longo de 300K acres de terra também….
E sobre a questão de se lançar ou não todos os recursos de agências federais os daria força suficiente para uma pacificação geral, ele respondeu:
Nem de longe. O FBI te dá outros +13K… E então, temos a logística. Onde tantos policiais comem/dormem/cagam? A coisa rapidamente sai de controle.
Isso sem mencionar a coordenação entre milhares de oficiais ao longo de múltiplas agências com suas próprias personalidades, protocolos, e egos.
Milícias como os Proud Boys “só te dão mais umas poucas centenas de corpos extra. E manifestantes estãomuito mais confortáveis e resistir a eles do que a oficiais fardados”.
O mesmo é verdade, exponencialmente para a California como um todo ou para todo os Estados Unidos. Em resposta a um doomer que levantou a possibilidade da “invasão” a Estados Azuis, prender senadores e governadores democráticos e instalar substitutos “interventores”, Doucette responde:
A California tem o mesmo tamanho e população que o Iraque, com mais áreas urbanas densas. É impossível literalmente “invadir” e manter corpos em NY. Existem aproximadamente 7400 representantes oficias eleitos em instância estatal. As logísticas de prender mais do que uma fração são risíveis.
Você tem noção de quanto poder marcial foi necessário para possiblitar a conquista dos estados após a Guerra Civil?
A ideia de que o governo federal substituíra Governadores ou as Suprema Cortes dos estados é absurda.
Olhe para 2020 e veja quantos fucionários armados são preciso para controlar uma quadra de uma cidade por umas poucas horas.
Agora multiplique por todas as quadras que eles precisariam pacificar.
Agora multiplique por três, pois você precisaria de uma cobertura de 24/7 e soldados ainda precisa dormir.
Agora alojamento + alimentação + água + e transporte para todos.
A logística sempre vence.
Você pensa que os mesmos generais que fizeram a construção de nação no Afeganistão e Iraque vão ocupar Los Angeles + NYC + Chicago + Seattle + Atlanta + Denver + DC + Minneapolis + Portland + etc etc etc?
Especialmente após os cortes de pessoal de Kegseth??
As mesmaslimitações logísticas e falta de capacidade do estado se aplicam, de forma mais geral, a qualquer projeto de tomar e exigir poder e manter o controle sobre a máquina civil do estado e de governos locais. Considere o cenário, do qual os doomers falam com tanta desenvoltura, dos federais simplesmente “passarem por cima” das eleições.
As eleições são organzadas pelos estados, os militares não tem envolvimento.
Mesmo se os militares tivessem um papel em eleições organizadas por estados, não há militares o suficiente – não há corpos físicos o suficiente – para fazerem diferença.
Em respota a hipótese de funcionários do ICE serem distribuídos ao longo de locais de votação para intimidar eleitores, ele respondeu:
Acredito não que seja algo logisticamente possível. Existem muitas centenas de distritos somente em Charlotte NC, e esse é um lugar com não mais que 1M de pessoas…
Não há corpos físicos o suficiente. Não é logísticamente diferente de falhar em pacificar Los Angeles…
Eu suponho que alguns de vocês talvez estejam subestimento quão vasto este lugar é, tanto em termos de popuIação quanto de espaço.
E os estados controlam essencialmente todo o maquinário das eleições; se for permitido que ela funcione, será virtualmente impossível lidar com a possibilidade de um resultado indesejado exceto através de uma descarada anulação após os fatos. Eu acredito que todos em Washington sabem que se os estados ignorarem Trump e conduzirem eleições como acharem melhor, e Trump de algum modo convencer a Suprema Corte a descartar os votos, o que aconteceria no dia seguinte na frente da Casa Branca e da Suprema Corte faria o 06 de Janeiro no Capitólio parecer uma cidade fantasma.
Mais que isso, as eleições especiais deste ano nos mostraram um eleitorado com um apoio Democrata de +15/20% comparado a 2024. Neste tipo de ambiente, gerrymandering é basicamente inútil, e a onda da eleição talvez seja decisiva de mais para ser armada.
Gwen Snyder aponta que o terreno conhecido e as vantagens defensivas dos Estados Azuis que não estão colaborando contra as tentativas de os subjugar com a Guarda Nacional dos Estados Vermelhos.
Nós somos um país com mais armas que pessoas.
E enquanto reacionários de direita têm mais propensão a terem estoques de armas, vale lembrar que se eles querem controle totalitário pela pontado fuzil… ELES vão ter que vir até NÓS.
E esses caras têm medo de entrar na porra do metrô.
Eu não consigo nem IMAGINAR eles tentando tomar e controlar um centro urbano.
E os que forem idiotas a esse ponto…Bem, eles podem ter muitas armas. Mas também, quantas dessas você realisticamente consegue usar de uma vez só ?
Há também, os problemas psicológicos que surgem com tentativas de transformar agências federais, cuja experiência está limitada a operar em situações onde elas superam numericamente seus alvos, em uma força de ocupação para toda uma população.
O ICE literalmente foge correndo se você for grosseiro com eles, eles não serão supersoldados Confederados quando a hora chegar.
1000% de chances que eles atirem em civis desarmados (eles já tentaram) mas eles não vão levar um tiro por aquele cara.
E mesmo que eles estejam dispostos, eles não serão uma força de combate de elite.
Essa administração não é competente o suficiente para fazer isso acontecer.
E nada disso chega a tocar na questão da participação ou não-participação maliciosa dos militares caso eles recebam ordens de usarem força em larga escala contra toda a população civil de um centro urbano hostil. Na minha opinião, um número significativo de oficiais simplesmente se recusaria a executar ordens de abrir fogo em multidões civis, e números ainda relevantes falhariam propositalmente em dar cabo de ordens, e números ainda mais relevantes, em um cenário de lei marcial total, se recusaria a atirar contra civis ou desertaria desaparecendo entre a população geral. Não é necessário minorias muito grandes destas pessoas, distribuídas ao redor de todos os níveis de comando e em funções de suporte como logística e comunicações, para o efeito cumulativo paralisar uma organização e desmoralizar os que continuam nela.
Para além disso tudo, não há muito que você possa fazer com forças militares convencionais. Por conta de seu treinamento, eles são virtualmente inúteis apoio em tarefas de forças policiais como prisões. Sobre tudo, o exército regular é bom, se mobilizadas em massa por um aspirante a ditador querendo consolidar poder, para coisas como as que aconteceram em 1956 em Budapeste — descarregar metralhadoras sobre multidões civis, transformar a cidade toda em ruínas, e destruir todas as vias públicas com tanques. E como já citado, eles sequer têm os números necessários para fazerem isso em uma escala maior que algumas cidades. Para além disso, se Trump estivesse de fato disposto a tentar isso, em uma ou mais cidades, independente do que dizem os doomers, esse seria o fim da porra do jogo todo. Os militares simplesmente se desintegrariam internamente.
E de fato, a Marinha e a Guarda Nacional se provaram praticamente inúteis em Los Angeles, em Junho. A administração Trump mobilizou o equivalente a uma brigada, às custas de mais de $100 milhões, em resposta a um protesto confinado a uma área de umas poucas quadras em Los Angeles. A maioria de suas atividades se resumiram em uma ou outra forma de “apoio” à polícia local — em sua maior parte, o equivalente moral a carregar um cooler de Gatorade para o time de futebol do Ensino Médio. E eles estavam completamente despreparados para lidar mesmo com as logísticas daquela mobilização, como Doucette apontou à cima.
A Guarda é possivelmente inútil também em DC. E provavelmente não é bom para moral que um número relevante desse tipo de tarefas geralmente sejam relizadas por prisioneiros, como recolher lixo e adubar plantas ornamentais.
E como Robert Hubell aponta, a maioria das futuras mobilizações da Guarda Nacional, barulhentamente alardeadas por Trump, são um reformulação de mobilizações anunciadas semanas atrás, para realizar o mesmo tipo de apoio administrativo e logístico que representa a maioria da atividade atual da Guarda em Los Angeles.
Por semanas o Pentágono tem planejado mobilizar uma tropa da Guarda Nacional de mais de uma dúzia de estados vermelhos para oferecer apoio clerical, administrativo, e logístico para o ICE lidar com o acúmulo crescente de imigrantes detidos…
A discussão sobre a mobilização atual começou poucas semanas atrás com governadores de estados vermelhos respondendo ao pedido de Trump por tropas da Guarda Nacional para assistirem por todo os EUA. Mas esta mobilização proposta é (corretamente) limitada de uma forma de não violaria as proibições do Posse Comitatus…
Já na tarde de sábado, esses planos para auxílio administrativo, logístico e clerical foram convertidos por Trump em ameaças de “enviar tropas” para várias cidades.
No processo de sua mobilização da Marinha e da Guarda, a administração Trump provavelmente aumentou a escala dos protestos na região metropolitana de Los Angeles e outras grandes cidades. Tom Homan reclamou disso, dizendo que “os protestos em Los Angeles estão complicando as operações da imigração, tornando-ás mais ‘difíceis’ e ‘perigosas’”. Um morador de LA descreveu o ambiente hostil no qual o ICE operou:
Na primeira Batalha de Los Angeles, as pessoas boas de Los Angeles venceram. Nós botamos o ICE pra correr. Tudo começou umas duas semanas atrás. As notíficações das vigílias contra o ICE foram de um rio para um córrego, então para um mero fio dágua. Os parques e playgrounds das vizinhanças que foram esvaziados mostravam sinais de vida, a idade média dos vendedoresde rua começou a aumentar e agora, hoje, oficialmente, Los Angeles está de volta a ativa…
Por que? Bem, para começar, 300 agentes do ICE foram mobilizados para Chicago, deixando somente 300 em LA, que é o número que tínhamos antes de Trump tomar posse. Porque eles estão partindo? Porque LA fez o trabalho deles FUDIDAMENTE DIFÍCIL. LA se organizou. LA se sentou nas esquinas do lado de fora de Home Depots com rádios. LA foi pro Signal e fez vigílias anti-ICE. Uma das maiores ONGs de LA, LA Tenants Union expandiram sua missão para incluir salvar toda a porra da cidade. LA representou. LA filmou. LA sabia seus direitos e distribuiu panfletos sempre que pôde. LA manteve uma presença pequena, pacífica e totalmente irritante pra caralho em prédios federais e LA compareceu a hotéis onde o ICE estava e se certificou que eles não dormiram nada. Os sindicatos de LA se envolveram. Os liberais de limousine de LA saíram de suas limosines e fizeram vigílias nas esquinas.
Oposição pública e obstrução, de forma mas ampla, tem criado bastante fricção para o esforço de deportação. Linhas aéras foram forçadas a fazer chamadas falsas para deportação e estão bloqueando os números nas caldas dos aviões em sites de monitoramento”; e mesmo agora, grupos de ação encontraram “outras formas de seguir os vôo, incluindo compartilhar informações com outros grupos e usando trocas de dados em código aberto que monitora transmissões de aeronaves”. Enquanto isso, ativistas de imigração finalmente encontraram algo na qual a IA é útil: identificar agentes mascarados do ICE.
Dominick Skinner, um ativista pela imigração que vive nos Países Baixos, estima que ele e um grupo de voluntários teriam identificado pubicamente ao menos 20 agentes do ICE gravados usando máscara durante prisões. Ele contou ao POLITICO que sua especialidade é “ser capaz de revelar rostos usando IA, se eles tiverem 35% ou mais do rosto visível.”…
Agentes do ICE “não merecem ser caçados online por ativistas usando IA,” disse Sen. James Lankford (R-Okla.), que preside a subcomissão de segurança interna do Senado sobre gestão de fronteiras e força de trabalho federal.
Bem, sim, Jim. Eles merecem, sim.
A reação pública em Washinton, DC a mobilizaçao do ICE em Agosto, a Guarda Nacional, e o desafio de Trump ao controle local, da mesma forma, significantemente impediram esforço de imigração. Por exemplo:
Aproximadamente às 5:40 pm ET na Terça-Feira, 19 de Agosto, residentes de Columbia Heights se reuniram paraexpulsar um grupo de agentes do ICE. Durou cerca de 10 minutos entre a 14th Street e a Irving Street. Agentes do ICE entraram em seus veículos sem placas na Irving Street e fugiram. Haviam mais de 150 moradores de DC
Enquanto isso, patrulhas noturnas auto-organizadas por moradores de DC foram uma contínua dor de cabeça para os invasores.
Armados apenas com celulares, kits médicos, e a confiança de defender seus direitos cada vez mais escassos, grupos de moradores seguiram e gravaram as forças de ocupação de Trump. Elas são conhecidas como patrulhas noturnas.
Essas patrulhas noturnas vigiam a cidade para garantir que as pessoas estejam protegidas da violencia estatal, falsas prisões, sequestros, e assédio. Falhando nisso, seu objetivo é documentar as violações constitucionais ou a brutalidade que eles testemunharem, para que as pessoas possam ver a verdade sobre a ocupação, que a mídia conivente e pouco curiosa não está mostrando. Suas gravações se tornaram virais e expuseram as mentira da mídia corporativa sobre quão feliz os moradores de DC estão em ver a Guarda Nacional da Carolina do Sul marchando em escolas de ensino fundamental.
Não existe um comitê de planejamento central para as patrulhas noturnas. Pessoas em diferentes grupos não necessariamente conhecem umas às outras, mas todos com quem falei ou tinham experiência neste tipo de trabalho por conta de treinamentos prévios em vigília anti-polícia ou foram motivados pelo que está acontecendo. em garantirem que os soldados rasos da estado de vigilância saibam que eles também estão sendo vigiados.
Em Rochester, NY,manifestantes expulsaram o ICE em uma tentativa de fazer uma batida em um canteiro de obras. E trabalhadores da elétrica foram treinados em defesa no ambiente de trabalho na Carolina do Norte.
Como já mencionei, o ICE é usado para operações pequenas — prender indivíduos, ou conduzir batidas a locais de trabalho — sem a atenção ou interferência em larga escala do público. Quanto maior a escala de suas ações em determinada área, maior a atenção do público e a oposição que elas geravam. Eles basicamente são covardes que irão recuar quando forem superados numericamente por uma multidão hostil.
E eles estão sujeitos a grave atrito pessoal, como resultado da desmoralização de novos níveis de atenção pública e hostilidade. Não é para isso que eles se candidataram. É por isso que o ICE está desesperado em atrair novos recrutas ao dispensar limites de idade, oferecendo novos benefícios, pondo novas pessoas nas ruas com ainda menos treinamento, e transferindo pessoas contra a vontade delas de agências como a FEMA — e continua não dando certo.
Funcionários administrativos encontram o o mesmo nível palpável de hostilidade pública quando saem de suas bolhas. Vance, Hegseth, e Miller tentaram uma aparição pública, apenas para se depararem com públicos hostis gritando coisas como “Ei, é o fode-sofás! Ei, amigo, você veio foder um sofá?”
A falta de capacidade estatal que percebemos em relação a aplicação dos recursos militares nacionais se aplica com ainda mais força ao objetivo de Trump de subjugar a sociedade civil.
Snyder comenta, que no contexto específico da recente decisão judicial contra o campo de concentração, “Alligator Alcatraz”, na Flórida, fala sobre os doomer compulsivos cuja resposta para toda ação legal, cada decisão judicial contra a administração Trump é “isso não importa. As cortes não importam. As leis não importam. Trump simplesmente vai ignorá-las.”
Pessoal, essa é uma decisão judicial contra DeSantis.
Ele não tem a opção de se esconder atrás das declarações do gabinete da presidência sobre imunidade presidencial, ele pode de fato enfrentar consequências.
Trump não gosta dele,ele é um covarde, é bem provável que ele obedeça.
Além disso: mesmo a administração Trump obedece decisões judiciais. Frequentemente…
Não estou me sentindo terrivelmente paciente com doomers que vem um político da extrema direita perder nas cortes e imediatamente nos repreendem por constatar que esse é um ponto positivo.
As cortes trouxeram pessoas de volta do CECOT.
Elas continuam relevantes.
Elas continuam sendo algum tipo de mecanismo efetivo contra esta administração.
Pessoal, obviamente nós não depositamos nossa fé em decisões judiciais ou as tratamos como algo que necessariamente será respeitado.
Mas qualquer coisa que jogue areia nas engrenagens deles é uma vantagem, nesse momento o jogo todo é os atrasar e dificultar tanto quanto for possível.
E eu digo “eles” mas novamente vamos lembrar que esta é uma tentativa de DeSantis de fazer trumpismo.
O cara simplesmente não tem a vantagem que Trump tem no que se trata de ignorar as cortes. Ou o culto, ou mesmo a garantia de um perdão caso ele tente e legalmente dê merda para ele.
Como apontei repetidamente, a incapacidade das corte de garantirem suas decisões funciona de forma dúbia. É difícil ou impossível forçarTrump a obedecer a uma decisão judicial na legalidade das ações do Eixo Admisntrativo pois posse é nove-décimos da lei. Os representantes do executivo estão todos na cadeia de comando diretamente abaixo dele. Mas a mesma regra se aplica, na direção oposta, para a capacidade de Trump de garantir suas “ordens executivas” fora da burocracia federal diretamente sobre seu comando. Os estados podem simplesmente responder “foda-se, me obrigue”, e eu duvido que mesmo a Suprema Corte iria impôr as Ordens Executivas. E — novamente — nhá tropas e agências federais o suficientes para impor domínio direto em talvez três cidades grandes.
Sua falta de autoridade executiva para garantir suas ordens em atores da sociedade civil como universidades, mídia, e grandes empresas de advocacia, e governos independentes estatais e locais, é em algum grau compensado pela sua habiidade de ameaçar financiamentos federais e/ou abuso do sistema judicial. Mas este nível de sucesso tem sido guiado em maior parte pelo consentimento prematuro mais do que a sua capacidade de de fato infligir dano; e os trabalhos têm sido significativamente complicados pelas disputas nos tribunais, e por atores como universidades e firmas de advocacia que tem se recusado e colaborar. Sua habilidade em engajar em lawfare está severamente limitada pelo número de advogados competentes que dexiaram o Departamento da Justiça, então ele só pode ir atrás de um punhado de alvos de uma só vez, em um ambiente com infindáveis alvos; grandes júris têm pouca probabilidade de serem cooperativos na maioria destes casos, também. De fato, o residente schimitiano da Reasons e dono de um bodypillow de Trump, Josh Blackman ficou tão na defensiva que seu monóculo saltou do rosto pois os jurados se recusaram três vezes a indiciar alguém que supostamente teria arranhado a mão de um agente da Gestapo. E isto é um padrão:
É raro que júris federais se recuse a indiciar, mas tem se tornado um padrão emergente em meio repressão federal de Trump, com júris compostos de residentes locais se recusando a indiciar ao menos seis vezes nas últimas semanas.
Semana passada um grande júri se recusou a indiciar o ex-empregado do Departamento daJustiça. Sean Dunn, que foi gtravado em vídeo arremessando um sanduíche no peito de um dos oficiais federais patrulhando as ruas de Washington. Dunn se tornou um símbolo de oposição à tomada de poder federal entre os moradores de D.C, com arte no estilo de Bansksy retratando um homem arremessando um sanduíche começou a aparecer pela cidade.
Um grande júri também se recusou a indiciar Alvin Summer de agressão a um agente federal. E três grandes júris federais se recusaram a indiciar Sidney Lori Reid por agressão durante um desentendimento com um agente do FBI, e sua acusação foi diminuída para contravenção.
E como um lembrete sinistro paraa Guarda, que todos a odeiam em DC um grande júri retirou todas as acusações de alguém que foi acusado de a ameçar. Isso pode explicar os relatos de sentimentos de “vergonha” serem comuns entre a tropa.
Eu talvez devesse adicionaruma nota esclarecendo meu repetido uso da palavra ”doomers” neste artigo. Deus sabe que existem razões leítimas o suficiente para pessimismo, mesmo que o sucesso da consolidação de poder de Trump não seja uma delas. Mesmo se seu regime seja insustentável, ele está fazendo coisas que arriscam a vida de grandes parcelas da população, destruíndo infraestruturas sociais que sustentam os elementos mais básicos da qualidade de vida, e infligindo dano e miséria incalculável aos grupos marginalizados mais vuneráveis. Mas o dano que ele pode causar no processo de falhar é de fato um cenário de perdição.
Quando falo de “doomers” me refiro às pessoas cujaresposta reflexiva, dogmática para qualquer notícia sobre as cortes, burocracia, ou outros mecanismos desafiando Trump, é declarar que “nada importa, leis não importam mais, ele só vai ignorá-las, ousado de você supor que haverão eleições em 2026, os protestos e a resistência são exatamente o que ele quer como desculpa para uma lei marcial”, et cetera, et cetera, ad nauseam, mundo sem fim, amém.
É seguro dizer que o regime de Trump é insustentável e suas tentativas para consolidar poder inevitavelmente falharão. Mas o que acontece em vez disso? Esse é um assunto para a Parte II.
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